post-image

Vida Ganha: aprenda um ofício na área de banho e tosa

O Brasil — que ocupa o segundo lugar no mundo em população de cães e gatos (58,4 milhões), atrás dos Estados Unidos, e o quarto no total de animais de estimação (cem milhões), depois de EUA, China e Reino Unido — apresenta deficiência em relação à formação de mão de obra para lidar com bichos.

Mas a oferta de trabalho é boa. O salário do banhista é de cerca de R$ 700 e o do tosador chega a mil reais. Por ter formação mais ampla — nutrição e primeiros socorros —, o esteticista pet fatura a partir de R$ 1.500 por mês.
Raquel Arraes, de 39 anos, tosadora há 13, diz que certos profissionais ganham mais do que outros trabalhadores em início de carreira. Nesse ramo, existem três formas de remuneração.

Alguns têm ganhos fixos. Outros recebem um salário mínimo e 30% de comissão. Um terceiro grupo trabalha com os próprios equipamentos (tesouras e máquinas de tosas, entre outros itens) e ganha 40% do valor do serviço, além de ajuda de custo para passagens e refeição.

Segundo a instrutora pet Andrea Silvares, se trabalhar numa pet shop grande, que atenda uma média de nove cães por dia, com gasto mínimo de R$ 40 para cada um, um profissional pode faturar um bom dinheiro por mês.

A tosadora da Patas e Penas Yasmin Silva, de 24 anos, diz que só ter amor pelos animais não basta. Segundo ela, nessa função, não se pode ter medo. O banhista Leandro Gouveia, de 29, afirma que os clientes têm uma relação familiar com os bichos e exigem cuidados com eles:
— O funcionário deve ser paciente e responsável.

Profissões são regulamentadas desde 2010

A tosadora Yasmin da Silva trata de Marley, enquanto Leandro Gouveia cuida de um cocker
A partir de 2010, quando as profissões de banhista, tosador e esteticista animal foram regulamentadas, os profissionais da área conseguiram, enfim, ter direito à carteira assinada. Raquel Arraes lembra que, antes, os empresários costumavam classificar os trabalhadores de pet shops como balconistas ou auxiliares de serviços gerais.

— Indico muito a profissão. Tudo o que conquistei até hoje foi graças à ela, foi cuidando dos bichos — diz.
Apesar de não ter experiência alguma quando se formou, Yasmin Silva diz que não enfrentou dificuldades ao buscar uma oportunidade nesse segmento. Segundo ela, o setor sempre contrata. Além disso, a chegada de fim de ano aquece o mercado.

— Costumam contratar funcionários temporários para o Natal — diz.
O setor de pet shops não para de crescer. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o brasileiro gasta, em média, R$ 390 mensais com seus bichos de estimação.